terça-feira, 8 de maio de 2012

ATO XVII - "Caixinhas do Inferno"

Querem proibir as "caixinhas do inferno", ou melhor, querem que alguém queira proibir essas caixinhas. Os professores só estão esperando alguém dizer: "Será que não podemos estender a proibição do uso do celular em sala de aula a essas caixinhas que só tocam funk?! Poxa, elas atrapalham o desenvolvimento dos alunos, eles não prestam atenção e só querem saber do 'tchu' e 'tcha', a escola não serve para isso...". É, querem proibir as "caixinhas do inferno". Pois é, acho que isso até vai acontecer, mas quem disse que esses pobres alunos vão respeitar? Eles são uns pobres coitados, não sabem que a educação é importante para as suas vidas. As caixinhas passam, mas o conhecimento não...

terça-feira, 13 de março de 2012

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

ATO XV - Final de Férias

Ora, por que achamos que desta vez vai ser diferente e, consequentemente, melhor? Dois meses sem ver alunos, dois meses sem pensar em "ensinar", dois meses sem se estressar... Não parece melhor termos  férias inacabáveis em que só pensássemos que poderíamos melhorar? Esse sentimento parece ser a coisa mais boa das férias, quando paramos e analisamos o que fizemos e sonhamos que vamos fazer diferente. Quando das aulas começam, tudo volta ao mesmo ponto:... E as férias, quando começam?

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

ATO XIV - O pai?!

... Me disseram, uma vez, que o professor (masculino) deve buscar a figura do pai como estratégia pedagógica, ou seja, o professor deve ser uma espécie de pai. Balela! Quanto mais distante da figura do pai, melhor o trabalho do professor... Vamos ao parricídio, não ser pai, matar a figura do pai, ser qualquer coisa... Professor não é pai, é um desafio, um estranheza, um chato que provoca - jamais um moralista!

domingo, 6 de novembro de 2011

Ato XIII - Cada um no seu quadrado: o lugar da família

Sabiamente, Hannah Arendt coloca a família no seu devido lugar: no espaço privado. Ao falar sobre educação, a filósofa nos diz que o espaço escolar é onde a criança e o jovem são introduzidos no espaço público. Deste modo, o lugar da família é em casa e não na escola. Simples!? Claro que não. Não quero dizer que devemos correr a família da escola, mas mostrar que o seu dever com o aluno é em casa. Não é à toa que existem lugares legítimos para os pais dos alunos participarem do espaço escolar, qual seja, o Conselho Escolar e o Círculo de Pais e Mestres. Esses são espaços políticos em que o espaço escolar é discutido e, consequentemente, aprimorado. Todavia, existem escolas que precisam sempre consultar os pais (fora dos espaços políticos supracitados) para discutir critérios avaliativos, metodologias, etc. Isso é um erro, pois é justamente tratar o espaço público como um cômodo da casa e, por conseguinte, tratar professores como empregados. Cada um no seu quadrado! A família forma em casa e a escola faz o seu papel legal, que é formar o cidadão e não o filhinho da mamãe.

sábado, 8 de outubro de 2011

ATO XII - Digno de pena

O professor anda notando que alguns alunos, ao final de cada aula, pedem desculpas para ele ou, pior ainda, fazem uma cara de dó ao se despedir - sempre um até logo piedoso. Até que um dia ele resolve perguntar para a turma: "Pessoal, me digam uma coisa. Alguém sente pena de mim?". Os alunos, em sua grande maioria, levantam as mãos... O professor fica surpreso e, ao mesmo tempo, constata aquilo que já percebia. Mesmo assim ele diz: "Olha, quem deveria ter pena de vocês sou eu, pelo simples fato de não precisar ficar sentado todo o dia, por mais de 3 horas e meia, tendo que fazer aquilo que não quer"... Digno de pena, não acham?

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

ATO XI - Resistir!

A lição de Foucault sobre resistências é simples: fazer com que determinado jogo de poder (tensões entre práticas e regras institucionais) se volte contra quem instituiu esse jogo. Alguém pode resistir negando jogar o jogo, outro, os mais niilistas (no sentido nietzscheano), podem jogá-lo até as últimas consequências, chegando ao limiar de uma relação, destruindo-a, radicalizando-a. É preciso, algumas vezes, jogar o jogo e se divertir ao ver que quem está por cima da carne fresca, de uma hora para a outra, pode morrer de fome.