sexta-feira, 3 de junho de 2011

ATO I - Eles gritam!

O professor cruza os braços e diz que não vai gritar. Mandar calar a boca não é aquilo que ele quer fazer. Na sua cabeça, fazer isso significa o fracasso da sua prática enquanto educador. Bolinhas de papel, gritos dos alunos, assovios, caos, muito caos. O que os alunos querem? Que o professor grite com eles, que o professor desempenhe o seu papel, mantenha o controle, mantenha o controle. Estamos em uma sala de aula? Pensa o professor consigo mesmo... Eis que dá uma gargalhada, os alunos estranham: "Ué, o que o professor está fazendo, enlouqueceu?". O professor diz: "Isto aqui é um hospício!". Os alunos não acham graça, mas também não acham ruim, eles simplesmente não entendem porque o professor disse aquilo. E as coisas continuam, uns mandam o professor gritar e dizer que vai tirar a nota dos outros, os que perderiam nota continuam na sua, hospiciando, transformando a sala de aula no indizível, naquilo que não dá para entender. Faltam palavras, faltam palavras... Educação, pra quê? Continuemos filosofando...

2 comentários:

  1. Lendo isso, parece que estou vivenciando tudo novamente... Horrível!
    Não sei se dá para chamar de "hospício". Talvez o mais correto fosse "circo", e quando eu estava na mesma posição que tu, sentia que só me faltava a roupa, o nariz e a maquiagem de palhaço. De resto, tudo era igual...

    ResponderExcluir
  2. Houve uma palestra há algumas semanas, com Mário Corso e uma amiga foi e o menciounou. Ele disse que a escola está engarrafada. TA tudo parado.

    ResponderExcluir